QUIZZ: Qual alternativa expõe o que tem em comum os artista Jota e Larissa de Souza?
( A ) Ambos são artistas jovens em evidência e vem da periferia
( B ) Ambos têm atualmente quadros expostos no MASP
( C ) Ambos já expuseram seus trabalhos no exterior
( D ) Todas as alternativas acima estão corretas
Se para você, a resposta correta é a D, parabéns, você acertou!
Sim, ambos jovens artistas, que participam da ótima e imperdível exposição “Histórias Brasileiras”, em cartaz no Museu de Arte de São Paulo (Masp) até 30 de outubro que se propõe a rever a história do Brasil, às vésperas do Bicentenário da Independência, através de 400 obras de pintores acadêmicos e da nova geração e tiveram obras expostas no exterior: Larissa em Nova Iorque (Armory Show) e Jota na Holanda (Unfair)
Se você não sabe que é Larissa de Souza leia a matéria sobre ela na edição da semana passada. Nesta, nosso foco é o Jota!
Johny Alexandre Gomes, o Jota, de 21 anos, morador do Complexo do Chapadão, na Zona Norte do Rio, é um artista que chegou a trabalhar como ajudante de pedreiro, antes de ser descoberto por Margareth Telles, criadora da MT Projetos de Arte, uma plataforma que apoia novos talentos que estão fora do circuito tradicional.
Desde que foi descoberto, a carreira de Jota não para de evoluir. Em setembro do ano passado, fez a sua primeira exposição individual e antes já tinha exposto no Art Rio, um dos principais eventos de artes do País, onde voltou a marcar presença na edição deste ano, que começou no dia 14, com dez telas.
Em julho, Jota participou da “Inspired Flight”, mostra que reunia o trabalho dos cinco vencedores do prêmio Prince Claus, em 2021. Anualmente este fundo concede 100 Prêmios que visam dar reconhecimento e impulso financeiro a artistas que estão no início de suas carreiras. Jota foi o mais jovem artista a ganhar a premiação, considerada uma das mais importantes fora do circuito tradicional da área.
Para Margareth Telles, a participação de um artista negro e de favela numa mostra tão importante como esta do MASP, além da representatividade, abre uma oportunidade de visibilidade para a obra do jovem do Chapadão: “É muito importante posicionar um artista negro que vem do Complexo do Chapadão, uma das favelas mais violentas do Rio, ao lado de grandes artistas que, inclusive também pintaram a favela. Para ele é emocionante chegar a esse local de elite mostrando a luta do homem negro em sua guerra diária. Com 21 anos e já estar fazendo parte disso deixa a gente muito feliz e sensação de que estamos no caminho certo”.
Jota tem duas telas expostas, uma, batizada “Davi e Golias”, mostra uma luta entre dois jovens que, segundo a visão do artista é uma das formas encontradas pelo homem negro para afirmar sua masculinidade e retrata a realidade nua e crua da comunidade onde ainda vive com a família.
O outro quadro se chama “Conteúdo ilícito”, título irônico para uma cena que retrata jovens numa cena típica de favela ostentando cordões de ouro, celular e uísque.
Jota nunca tinha entrado no MASP e participar dessa exposição tem um significado muito especial para ele: “É um passo importante na minha carreira. Expor ao lado dos maiores artistas brasileiros de todos dos tempos como Portinari, Heitor dos Prazeres e Tobias é uma conquista muito importante”.