“ O velho mundo está morrendo e o novo mundo luta para nascer. Agora é a vez dos monstros.” – Antonio Gramsci
Jeremy Olson está expondo seu elenco familiar de criaturas sobrenaturais em Londres, na Unity London. Este tempo de monstros recebe o título das reflexões do filósofo italiano Antonio Gramsci sobre o interregno; um antigo termo romano que significa um período de longa transição entre fases históricas. Olson situa sua exposição nesse estado de intermediário, comentando nosso atual período de incerteza social, política, econômica e ambiental. Ao longo dessas sugestões de desastre e colapso, no entanto, a exposição de Olson nunca extingue um senso de esperança e humor. Apesar das aparências, esses monstros são descritos como gentis e carinhosos, confusos e introspectivos e, às vezes, eles só querem festejar.
Olson foi atraído pelo conceito de monstros desde a infância, um interesse que deriva de seu amor pelo cinema. O artista cresceu assistindo a filmes de terror, os filmes de Godzilla dos anos 1950 e o horror corporal de David Cronenberg. Já adulto, o fascínio de Olson pelos monstros toma forma em seu significado potencial como algo metafórico, sociopolítico ou psicanalítico. Aqui, a noção de um monstro é um emblema de convulsão e imensa mudança.
Apesar das explorações de Olson do apocalíptico e do catastrófico, este tempo de monstros permanece imbuído do senso de humor característico do artista. Suas criaturas antropomórficas são instantaneamente relacionáveis, pois são infalivelmente distraídas por uma tela, uma bebida ou umas pelas outras enquanto o mundo chega ao fim. Este tempo de monstros tem prazer no presente e nos lembra das possibilidades que podem se manifestar em circunstâncias difíceis, equilibrando um sentimento de reconhecimento e esperança. As representações de Olson, desses medos monstruosamente abstratos, inevitavelmente dão lugar a sentimentos universais do interpessoal, lembrando-nos sempre de nos vermos nos outros.
Bio: Jeremy Olson, nascido em 1976, é um artista do Brooklyn que trabalha com pintura, vídeo, escultura e fotografia. Essas práticas estão ligadas por um interesse comum pelos personagens inventados, pelo ambiente construído, pelos objetos animistas e pelas várias maneiras pelas quais as imagens moldam o desejo. Seu trabalho foi exibido extensivamente em Nova York, Antuérpia, Baltimore, Berlim, Melbourne e Seul. Ele participou de programas de residência na Flórida, Nova York, Nebraska, Oslo e Michigan. Expõe neste mês em Londres de 19 de outubro a 19 de novembro.
Serviço:
UNITY LONDON, Mayfair 3 Hanover Square, Mayfair, W1S 1HD
Horário de funcionamento: segunda a sábado, das 10h às 19h e aos domingos, das 12h às 18h
