Uma década atrás, se você perguntasse aos visitantes de museus e de outros centros culturais, quão importante era a sustentabilidade, poucos teriam sinalizado como algo que levariam em consideração ao escolher uma atração para visitar. Atualmente esse público já pensa que as instituições devem estar comprometidas em promover a capacidade do ser humano de interagir com o mundo, preservando o meio ambiente para não comprometer os recursos naturais das gerações futuras.
Vários museus e locais de atração cultural de todo o mundo já estão empenhados, de fato, com a sustentabilidade e estão implementando várias ações. Abaixo, seguem alguns exemplos de medidas que estão no foco dos gestores de museus:
Destino sustentável dos elementos da exposição
No design de novas exibições, os materiais são trocados com frequência. Devemos encontrar maneiras de reduzir, reutilizar e reciclar esses elementos cenográficos.
Estimular a doação de elementos cenográficos para outras instituições públicas locais e criar uma ação envolvendo outros museus e instituições para compartilhar materiais.
Criar um “edifício saudável”
Tomar medidas para melhorar a qualidade do ar e eliminar materiais tóxicos é outra importante decisão para se ter um espaço sustentável. Os chamados “edifícios saudáveis” são melhores para o meio ambiente e os humanos.
Medidas extras para criar um ambiente interno saudável incluem:
– Filtros em 100% de seus sistemas para fornecer ar livre de contaminantes.
– Um sistema de ar externo dedicado para aumentar a troca de ar por hora em todo o espaço.
– Ionização bipolar ativa que não produz ozônio e é 99,92% eficaz na neutralização de vírus.
– Teste abrangente de ar e água em tempo real.
Essas medidas proativas constroem a confiança pública e cívica, mas também se alinham à estratégia de sustentabilidade ambiental de longo prazo.
Repensar como as pessoas chegam ao museu
Outro ponto a considerar é também sobre como as pessoas chegam aos locais. De acordo com o World Resource Institute, os veículos de passageiros são responsáveis por quase metade de todas as emissões de carbono dos transportes em todo o mundo. Museus e atrações tendem a atrair um grande número de pessoas no local todos os dias, de funcionários a visitantes e vendedores; portanto, é fundamental traçar planos para efetivamente estimular o transporte público e ações não emissoras de carbono, como as abaixo:
– Estimular a vinda por transporte público, através de desconto no ingresso.
– Instalar um grande bicicletário.
– Ter uma política de desconto para quem vier através de aplicativos.
– Em relação ao pessoal interno estimular a “carona solidária”.
Energia e água
As ações imediatas que devem ser consideradas em relação ao uso consciente de energia e água são:
– Inovar com políticas eficientes de economia de energia e de água.
– Estudar o reuso de água e o aproveitamento da água das chuvas.
– Estudar a possibilidade de incorporar fontes de energia renováveis.
Treinar funcionários e visitantes para participar do esforço
Os museus e centros culturais congregam centenas de funcionários, entre fixos, periódicos e terceirizados. Todas essas pessoas precisam ser envolvidas nas políticas e práticas de
sustentabilidade ambiental; portanto, é fundamental investir ativamente no treinamento e na introdução de habilidades ecológicas no trabalho. O ideal é ter uma equipe para trabalhar em estreita colaboração com os curadores para implementar novas políticas de conservação que possam impactar no design das exibições e certificar-se de que as prioridades culturais e as iniciativas de sustentabilidade estão em harmonia.
Essas instituições recebem centenas, às vezes milhares de visitantes num dia, portanto fornecer o nível e o tom de instrução corretos para os visitantes é muito importante.
Envolver a liderança
O ideal é que haja um responsável que atrairá pessoas de outros departamentos para se engajarem nos esforços de sustentabilidade; a gestão ambiental impõe uma política concreta.
Definir metas e avaliar seu progresso
Além de ter uma estratégia de sustentabilidade solidificada, é fundamental definir metas que serão mensuradas periodicamente, para garantir o sucesso dos esforços empregados.
Podem ser medidos:
– O consumo de água e energia por visitante.
– O consumo de materiais internos, especialmente papel e energia.
– Diminuição de resíduos.
As métricas de rastreamento não são apenas para fins de RP, elas ajudam a provar que os esforços estão dando retorno, fornecem as informações necessárias para ajustar os esforços e permite o planejamento estruturado de como atingir as metas de sustentabilidade futuras.
Compartilhar o trabalho
Compartilhar as melhores práticas e histórias de sucesso com outros museus e instituições para criar um mundo melhor para todos é o objetivo e, para isso, é preciso estar fortemente focado em inovação, progresso na redução de resíduos e uso de água.