Por: Flávia Lippi
Não tem dúvidas que estamos vivendo em uma era de infoxicação. Você já ouviu falar desse termo?
É quando nós ficamos sobrecarregados de tanta informação disponível, de qualquer assunto possível e imaginável.
Antigamente, quando a gente queria ficar sabendo de alguma novidade ou o que estava acontecendo do outro lado do mundo, precisávamos ativamente buscar essa informação em uma fonte confiável.
Mas agora, nós somos literalmente bombardeados o tempo todo por informações que, muitas vezes, nem temos interesse em saber.
Isso sem falar nas fake news, notícias falsas elaboradas com o único objetivo de apresentar algo que não é verídico como sendo uma verdade incontestável.
Principalmente em um mundo digital como o nosso, onde grande parte das comunicações é feita de maneira virtual.
Você também se sente pressionado para ter uma opinião sobre tudo que está acontecendo e ficar sabendo das últimas novidades?
Pois saiba que isso pode estar tendo um efeito negativo sobre a sua capacidade de se concentrar. Lembra daquela vez que você só foi procurar uma informação na internet e acabou perdendo quase 2 horas de trabalho?
Então, é disso mesmo que eu estou falando.
E o pior: ainda por cima, estar tão sobrecarregado nesse sentido faz com que a gente perca a capacidade de assimilar novas informações no nosso cérebro.
Isso vai desde de dificuldades para assimilar novas memórias até de lembrar de coisas simples do dia a dia, como onde a gente deixou as chaves ou o cartão do banco.
Neurobiologicamente, isso acontece porque o nosso cérebro não consegue assimilar as informações que ele absorve em algo palpável ou útil.
Em outras palavras, é como se a gente estivesse literalmente intoxicado de informações inúteis que só ocupam a nossa mente, nossa atenção e o nosso foco. Isso gera ansiedade, desconcentração e nos deixa dispersos, sem capacidade de analisar o ambiente a nossa volta.
Para te ajudar a recuperar o seu foco e sair da armadilha da infoxicação, separei aqui algumas dicas:
Escolha quais notícias são importantes para você e acompanhe só aquelas.
Atenção, não é para ignorar o que está acontecendo no mundo, mas você também não precisa ler a cada hora como está a pandemia ou a guerra da Ucrânia, por exemplo.
Faça exercícios!
Você deve estar pensando “mas Flávia, o que tem a ver isso de exercício com notícias, minha filha?”. Tudo a ver! Ficar sentado por muito tempo está associado com um pior desempenho cognitivo e diminui o fluxo sanguíneo do cérebro. Sempre que quiser estar na sua melhor versão, levante e dê umas voltas por aí.
Mantenha-se conectado a outras pessoas.
Sempre que possível, ligue, mande mensagem, faça uma videochamada ou tome um cafezinho com todas as precauções necessárias. Uma pesquisa publicada em 2021 por pesquisadores da Universidade da Escócia mostrou que pessoas em isolamento tem pior atenção, memória, habilidades de tomada de decisão e até impactos na aprendizagem.
Tenha novos desafios.
Sabe como todo mundo começou a fazer pão na quarentena? Pode ter um motivo neurobiológico para isso. Quando nós aprendemos novas coisas, como uma língua estrangeira ou uma atividade que nunca fizemos antes, isso dá a possibilidade do nosso cérebro se manter saudável e em equilíbrio. Revigorando o seu cérebro, você começa a ter mais memória e bem-estar.
Seja gentil com você mesmo.
Estamos vivendo em uma época fora do comum, e os últimos anos foram difíceis com a maioria das pessoas. Nesses momentos, a autocompaixão é uma ferramenta poderosa para que a gente se permita sentir a dor que estamos enfrentando e reconhecer nossas dificuldades.
Sobre a autora:
Fundadora @ IDHL | AEQUAÇÃO | Escritora apaixonada | Palestrante Disruptiva | Mindful Leader | Work Life Balance | Saúde Mental , Neurociências e Comportamento para pessoas e times | Biohacker Ancestral | Board Member